“Máxima liberdade para máxima responsabilidade”, é um paradigma de uma sociedade livre democrática, qual apanágio da democracia conquistada com esforço e sem grandes alaridos.
Pese, porém, esta negritude conformadora e enformadora da ditadura democrática a que fomos conduzidos pelas opções dos livres concidadãos em eleições nos úlimos tempos e sem grandes alternativas: o controlo do aparelho de estado e da banca pela máquina do PS, pois nunca como dantes em todos os orgãos de controlo, reguladores e executivos estiveram sob a alçada deste aparelho partidário.
Sem crime perfeito, tudo o que está a acontecer é indigno do nome de Portugal: é de iniciar uma nova formula turística de visita a Portugal, sob o lema de “CSI Portugal – tourism crime scene investigation”.
Falava-se do controlo da sociedade portuguesa no tempo do gonçalvismo? Eram uns “meninos”, quais aprendizes, a avaliar pelo que estes senhores tem sujeitado ao estertor dos algozes toda a informação e o amesquinhamento de pessoas, que não concordam com as opções políticas dos senhores governantes…
Contudo, de que nos queixamos?
Foi isto que os eleitores escolheram, meio a medo nas últimas eleições, ou não foi. O Sr. Sampaio, por muito menos, deu corrida a Santana Lopes e aos correligionários do governo de então, sem apelo nem agravo…se o Sr. Presidente Cavaco fizesse o mesmo ou tivesse a coragem para estancar a ferida, cairia o “carmo e a trindade” perante o júbilo de uma comunicação social de esquerda em busca das migalhas do poder, que perdeu o espírito crítico perante a catástrofe a que estes senhores conduziram o país, ensaiado antes no governo de Macau, disfarçado pelos fait divers operacionais do poder das tríades.
É caso para lembrar: “Portugal estava à beira do abismo, agora deu um grande passo em frente.”
Quem disse que estavam preparados ou estariam à altura de governar Portugal?
O manipulador da máquina do estado e das opiniões, qual infeliz diante das câmaras que afirma estar sem condições para governar Portugal? Foi isto que te deu Portugal: deixa de te armares em vítima, não t’acanhes, não resfolegues, não reclames, não perguntes o que o país pode fazer por ti, assume o que podes fazer pelo país, sê homemzinho ou rejeita o teu papel, antes que o país te rejeite a ti! Sofre, porque foi na dor, na solidão e no sofrimento que se talharam grandes portugueses e a alma do povo português!
Estamos a viver o peso das opções políticas dos últimos anos e a pagar elevados juros diários pelo esbanjamento de dinheiros públicos, a favor de amigos e varetadas empoleiradas nos píncaros da banca, tomada de assalto [CGD+BCP=+ de 50% da banca portuguesa], sem verdadeiras contrapartidas para a qualidade de vida e bem estar dos concidadãos.
A consciência de uma república viva em prole do desenvolvimento e bem estar dos cidadãos é pejada mentira na boca dos governantes de hoje, envoltos na teia dos enredos de poder e do sistema legal labiríntico, com entrada e sem saídas, em nada defensor dos direitos dos oprimidos, criado para os políticos se auto-protegerem, corporativizarem os seus correligionários e se desresponsabilizarem.
No seio de um Portugal profundo e conhecedor da sua maiêutica socrática libertadora, quem se levantará para estancar a sangria da nação?
Revolve-se Almeida Garrett no caixão, a reviver hoje a sua exortação: “Andai, ganha-pães, andai; reduzi tudo a cifras, todas as considerações deste mundo a equações de interesse corporal, comprai, vendei, agiotai. No fim de tudo isto, o que lucrou a espécie humana? Que há mais umas poucas dúzias de homens ricos. E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar a miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico?”.
No fim de contas, que importa hoje o que se urde, senão onde amanhã se estará, numa qualquer cadeira de poder empresarial ou a chefiar delegações de refugiados, a traficar informações e influências, redomando esta amostra de gente mesquinha, que perdeu o decoro e decência para calar aqueles alto falantes o seu desacordo ou pura e simplesmente comentando o dia-a-dia das gentes?
O Sr. Belmiro de Azevedo enganou-se redondamente: quem apelidou de ditador não se lhe configura qualquer traço por despedir os amigos; porém, ao lobinho disfarçado de cordeiro, mostra as efectivas dentadas, quais abocanhadas de lobisomem que sugam a seiva vital das gentes lusitanas. De figuras e figurões com boas intenções está o inferno cheio, de imprescindíveis pululam na quinta das luzes fundidas e tabuletas adornadas, bem como de gente que escraviza os seus colaboradores a troco de salários seguros, pagamentos de serviços sem ressarcimento de IVA ao Estado, horas de trabalho em demasia sob negros dias de incerteza…
Sem concordar com a figura do jornalista ou depreciar as suas qualidades profissionais, desdenhar da sua postura física ou do seu perfil como pessoa, desgostando ou não do seu papel secundário na televisão portuguesa, mais uma prova da ausência de notícias faz avivar a flama desmaiada de um Portugal desvitalizado, sem chama nem seiva: a ERC mais não fará que fazer a defesa de quem lá os colocou no poleiro, na podridão da pretensa liberdade de expressão.
Alguma pena haverá para quem tem coactado de forma impune e ao abrigo do poder do estado toda a informação discordante do seu modus operandi?
Alguma penalização sofrerá aquele que amordaça sob pressões, ameaças e aprisionamento de gaiolas douradas sob a capa da impunidade e da imunidade de parlamentar?
Estarão porventura à espera que se acenda o rastilho da contenda social, da fome, da miséria, da injustiça e venha para a rua clamar e ousar por Portugal?
Forças, agentes e movimentos da sociedade portuguesa: falem agora ou se calem para sempre!
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